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Frete internacional: como funciona na prática importar

Frete internacional: como funciona na prática importar

O transporte internacional pode ser complicado e às vezes confuso para quem não é especialista no assunto. Então, conheça as formas mais eficientes e adequadas de receber suas mercadorias de modo seguro, sem imprevistos e com ótimo custo benefício.

Como funciona o frete internacional

Dependendo do tamanho da sua encomenda internacional, do modo de envio e da origem, as remessas internacionais podem levar em média de dois dias a seis semanas para chegar no destino final. Por exemplo, uma carga por via aérea poderá chegar de um dia para o outro, enquanto um frete por transporte marítimo pode levar bem mais tempo a depender do destino e volume.

Normalmente, o processo de frete internacional consiste em 3 componentes essenciais:

  • Desembaraço Aduaneiro de Exportação: quando a mercadoria chega à fronteira do país exportador, ela passa pelo processo de desembaraço antes de seguir para a etapa seguinte.
  • Transporte: após sua carga ter deixado com sucesso o país de origem, o processo de transporte começa.
  • Desembaraço Aduaneiro de Importação: quando a mercadoria chega à fronteira do país importador, ele passa por outro processo de desembaraço. Esta é a parte mais importante do processo de embarque, uma vez que você garante que seu frete internacional esteja de acordo com as políticas alfandegárias.

Meios de transporte internacional existentes

Conheça a seguir os diferentes meios de transportes oferecidos para fretes internacionais, bem como sua relação de custo benefício e realidade do mercado brasileiro em cada uma dessas categorias.

Transporte Aéreo 

A opção mais custosa, o transporte aéreo é bastante eficiente para cargas com peso e volume reduzidos, alto valor agregado, e para aqueles que requerem uma entrega rápida. Este método de transporte representa menos de 5% do comércio exterior brasileiro.

Embora o país seja atendido pelas principais companhias aéreas internacionais do mundo. Três dos quatro aeroportos mais movimentados do Brasil, estão localizadas na região sudeste, dois estão no estado de São Paulo: Aeroporto GRU (São Paulo/Guarulhos) e VCP Aeroporto (Viracopos/Campinas) e outro no Rio de Janeiro: Aeroporto GIG (Rio de Janeiro/Galeão). Isso explica porque a região responde por quase 66% de embarques aéreos.

Transporte marítimo

Este é o método mais econômico de transporte para grandes quantidades de

carga em longas distâncias, além de possuir maior oferta e opções de rotas. Com uma costa com grande extensão: cerca de 8,5 mil quilômetros navegáveis, os portos brasileiros movimentaram aproximadamente 1,151 bilhão de toneladas de produtos importados e mercadorias exportadas em 2020.

As mais importantes cidades brasileiras e grandes centros de consumo, como São Paulo e Rio de Janeiro, estão localizados perto da costa. Abaixo, os portos com o maior movimento de carga no país:

  • Porto de Santos (SP);
  • Porto de Paranaguá (PR);
  • Porto de Itaguaí (RJ);
  • Terminal Marítimo da Ponta da Madeira (MA);
  • Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (RJ);
  • Terminal de Tubarão (SC);
  • Porto de Itajaí (SC)

Navegação Costeira

Com o objetivo de otimizar o uso de navios e servir toda a costa brasileira, armadores utilizam o conceito de porto em rede, onde os navios internacionais descarregam mercadorias em um porto principal e eles realizam o transbordo de cargas para navios menores: cabotagem. O transporte comercial costeiro que percorre a costa brasileira servindo outros portos do Brasil.

Apesar do recente crescimento no número de navios porta-contêineres em rotas de cabotagem, o número de partidas ainda é muito limitado. Uma das razões para a baixa oferta de navios para cabotagem ainda é a dificuldade de construir um comércio equilibrado, uma vez que o

fluxo de carga norte-sul é muito maior do que o fluxo sul-norte.

Transporte rodoviário 

O transporte rodoviário é o método mais utilizado no país, especialmente para importações provenientes de países sul-americanos, tais como Argentina, Chile, Uruguai e Bolívia; e também bastante usado para levar mercadorias de um lado a outro no país. Um estudo realizado pela Confederação Nacional de Transportes do Brasil (CNT), mostra que o transporte rodoviário representa 65% da movimentação de carga no Brasil.

Ainda que o custo do petróleo esteja alto, o que passa a ser um fator a ser considerado ao montar uma logística de importação. É inegável que muitas das rotas internas não seriam possíveis de serem realizadas sem a utilização de caminhões, na entrega de mercadorias ao consumidor final.

Transporte ferroviário

O transporte ferroviário é, em particular, caracterizado por sua capacidade de transportar cargas volumosas com grande eficiência energética, especialmente em casos de média e longa distância. Além disso, apresenta maior segurança em relação ao transporte rodoviário, com menor taxa de acidentes e uma menor ocorrência de furtos e roubos.

Atualmente, o sistema ferroviário totaliza aproximadamente 30.000 quilômetros, percorrendo grande parte do território brasileiro. O país espera que este número aumente nos próximos anos, de acordo com à Associação Nacional de Transporte Ferroviário ANTF.

Transporte intermodal

O transporte intermodal é quando um embarque requer dois ou mais tipos de transporte para chegar ao seu destino final. Isto é útil quando se escolhe, por exemplo, transportar cargas por meios ferroviários e marítimos, que exigem caminhões para retirá-las na estação ferroviária ou nos portos. O transporte intermodal é ideal para embarques que não são de necessidade imediata e precisam percorrer uma longa distância.

Na maioria dos casos, os produtos permanecem no mesmo contêiner de embarque durante todo o processo. Em outros casos, entretanto, seus produtos podem ser transferidos de um contêiner de embarque para outro. Sempre discuta isto com seu fornecedor de transporte e logística para ter certeza de que os produtos estão embalados de acordo com o percurso que percorrerá.

Você também deve ter em mente as diferentes restrições e exigências em todos os modos de transporte. Por exemplo, só porque sua remessa se enquadra nas diretrizes de transporte ferroviário, não significa que ela se qualificará para viagens aéreas.

Rotas possíveis e média de custos

Para escolher qual método de envio internacional é adequado para seu negócio, considere o seguinte:

  • Valor da mercadoria que você estará enviando
  • Seu orçamento para transporte
  • Tamanho e peso das mercadorias
  • Quão rápido você precisa da mercadoria no destino final
  • Qual a rota internacional a mercadoria precisará percorrer
  • A qualidade de serviço que você precisa
  • Qualquer requisito adicional de seguro

Calcule cuidadosamente seus custos de transporte internacional

Isto parece óbvio, mas é vital garantir que você está fazendo as contas certas dos custos de transporte internacional. Até para que se tenha controle financeiro e também para garantir que sua oferta seja clara para os consumidores. Para isso, seu descritivo de custos deve incluir o seguinte:

  • Custo do produto
  • Custo da embalagem
  • Custo de transporte da mercadoria até local de embarque
  • Modalidade de pagamento de frete
  • Todos os encargos de transbordo e manuseio
  • Impostos e taxas devidos

Serviços de frete internacional 

Existem diversas modalidades para o pagamento de frete, veja como funciona cada um delas:

  • CIF (Custo, Seguro e Frete): é um acordo de transporte internacional, que representa os encargos pagos por um vendedor para cobrir as despesas de um pedido enquanto a carga está em trânsito. Somente se aplica as mercadorias transportadas por via aquática ou marítima. Até que as mercadorias sejam entregues no porto de destino do comprador, o vendedor assume os custos de qualquer perda ou dano ao produto. Além disso, se o produto exigir taxas alfandegárias adicionais, documentação de exportação, inspeções ou redirecionamento, o vendedor deve cobrir essas despesas. Entretanto, uma vez que a mercadoria tenha alcançado o porto de destino, o comprador assume a responsabilidade por quaisquer taxas ou encargos para descarregar e chegar ao destino final.
  • FOB (Livre a bordo): toda a responsabilidade pelo transporte da mercadoria é do cliente desde o porto de partida até o destino final, incluindo os riscos e os custos.
  • EXW (Na origem): nesta modalidade, vendedor e comprador negociam o local nomeado, como fábrica, escritório ou armazém onde a mercadoria deve ser deixada. A partir dessa entrega, o comprador ganha a propriedade da mercadoria e assume todos os custos e riscos sobre os produtos.
  • FCA (Livre no Transportador): o vendedor realiza a entrega das mercadorias nas instalações indicadas pelo comprador. E também organiza o transporte, incluindo o desembaraço aduaneiro e o cumprimento dos requisitos de segurança. Porém, qualquer dano causado às mercadorias no transporte é de responsabilidade do comprador. Assim como, as despesas com frete, taxas de embarque, seguro e custos de descarga e transporte até o destino final.
  • CPT (Transporte pago até): o vendedor efetua o desembaraço das mercadorias para exportação e as entrega ao transportador ou local de destino conforme as instruções do comprador, onde o risco é transferido para o comprador. Nesta modalidade, o vendedor é responsável pelos custos de transporte associados à entrega da mercadoria. Entretanto, ele não é responsável pela obtenção do seguro.
  • CIP (Transporte e seguro pagos até): apenas diferencia-se do CPT pela obrigatoriedade de  assegurar as mercadorias em trânsito e a pagar o transporte em si. Ou seja, na modalidade CIP o vendedor deve possuir um seguro com cobertura apropriada para mercadorias acondicionadas em contêineres: 110% do valor do contrato.
  • DPU (Entregue no Local Descarregado): é o único termo que encarrega o vendedor de descarregar a mercadoria. O vendedor assume todos os riscos até a chegada no porto ou terminal de destino, cobrindo os custos de transporte (taxas de exportação e transporte). Além disso, no porto de destino, o vendedor paga a descarga do transportador e as taxas portuárias.
  • DAP (Entregue no local): o vendedor entrega a mercadoria em um local de destino nomeado, mas não é responsável pelo descarregamento. Suas responsabilidades incluem embalagem, desembaraço de exportação, despesas de transporte e quaisquer custos de terminal até o porto de destino acordado. O risco é transferido para o comprador no local de destino final designado.
  • DDP (Entregue com direitos pagos): nesta modalidade o vendedor assume todos os riscos e custos associados ao desembaraço e entrega da mercadoria no local designado.

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Desequilíbrios globais impactam no valor do frete internacional

Os problemas que se acumularam desde o início da pandemia incluem os desequilíbrios na produção de bens materiais e na entrega dessas mercadorias. Com os países fechando e abrindo em momentos diferentes, bem como empresas marítimas cortando a sua capacidade nas principais rotas, houve impacto no valor do frete internacional.

Com o progresso de recuperação, a demanda global vem recuperando espaço, especialmente nos setores que estão mais ligados ao comércio internacional. Embora o custo do frete internacional esteja bastante alto.

A rota de embarque China-UE, segundo a TIME sofreu variações: “Transportar um contêiner de aço de 40 pés de carga por mar de Xangai para Roterdã está custando em média US$ 10.522, 547% mais alto que a média sazonal dos últimos cinco anos“.

Espera-se que a guerra na Ucrânia tenha algum impacto sobre os valores do frete marítimo, embora os efeitos ainda não apareceram. Os preços estavam estáveis em fevereiro, aumentando apenas 1% para US$ 9.838/FEU (1 FEU equivale a um contêiner de 40 pés), 128% mais altos do que há um ano, e 6X maior do que no período pré-pandemia, de acordo com o índice Freightos Baltic. O mesmo meio de transporte que leva da China para o Reino Unido, aumentou em mais de 350% no último ano.

Com os preços estimados a permanecerem nestes níveis até 2023, as empresas de comércio exterior devem considerar diversificar as opções de transporte, a fim de reduzir os custos a curto prazo. Se você está planejando o transporte de sua próxima importação, a dica é trabalhar com um importador qualificado é a melhor maneira de garantir que o processo de embarque seja o mais correto possível.

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